Câmara discute taxação das LCAs: entenda o que está em jogo
Câmara dos Deputados analisa projeto para tributar LCAs, o que pode gerar grandes impactos para investidores, bancos, mercado financeiro e o agronegócio brasileiro.
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Por Redação
6/22/20252 min read


A Câmara dos Deputados está analisando um projeto que prevê a tributação das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), títulos de renda fixa que hoje são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. A proposta, parte da Medida Provisória 1.303/2025, visa aumentar a arrecadação federal e uniformizar a tributação dos investimentos no país. O tema vem gerando forte debate entre governo, parlamentares, mercado financeiro e o setor do agronegócio.
O que a proposta traz
Atualmente, LCAs, LCIs e outros títulos como CRI, CRA e debêntures incentivadas contam com isenção fiscal para atrair recursos aos setores estratégicos da economia. Com a nova proposta:
LCAs e LCIs passariam a pagar 5% de IR sobre os rendimentos em novas emissões.
Outras aplicações teriam alíquota única de 17,5%, independentemente do prazo.
O governo estima arrecadar R$ 10,5 bilhões em 2025 e R$ 20,6 bilhões em 2026 com a medida.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a mudança busca corrigir distorções e promover maior equilíbrio fiscal.
Por que a proposta divide opiniões
O governo e parlamentares favoráveis afirmam que:
A isenção teria cumprido sua função inicial de estimular setores específicos.
A manutenção da isenção em um cenário de ajuste fiscal seria injustificável.
O benefício acaba beneficiando intermediários e investidores de maior renda, sem necessariamente baratear o crédito ao produtor.
Por outro lado, críticos da proposta, incluindo representantes da bancada ruralista e parte do mercado financeiro, apontam que:
A taxação pode desestimular o investimento nas LCAs.
O crédito ao agronegócio pode ficar mais caro, com reflexo nos preços dos alimentos e na competitividade do setor.
A mudança fere a previsibilidade e a segurança jurídica dos instrumentos financeiros.
Impacto no mercado
Analistas avaliam que a LCA pode perder espaço nas carteiras de investidores conservadores caso a taxação avance. Em nota publicada no Valor Econômico, especialistas destacaram que o impacto final dependerá de como os bancos emissores ajustarão as taxas para compensar o fim da isenção. Além disso, o custo do crédito para o agronegócio tende a subir, o que pode ter efeitos indiretos na economia.
Próximos passos
A medida provisória está em tramitação e deve ser analisada pelas comissões e pelo plenário do Congresso Nacional até o fim de agosto. A proposta só afetaria novas emissões; investimentos realizados antes da aprovação continuariam com isenção.
Conclusão
A possível taxação das LCAs abre uma discussão relevante sobre o equilíbrio entre estímulo econômico e necessidade de arrecadação. O Valor Educa seguirá acompanhando o tema para manter você bem-informado sobre as decisões e seus impactos.
💡 Este artigo tem caráter informativo. O Valor Educa não faz recomendações de investimento.
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